Banco Central Banco Central escolhe as empresas que vão gerir o cadastro positivo

A implantação do cadastro positivo deu mais um passo. Nesta sexta-feira (11/10), o Banco Central publicou no Diário Oficial da União (DOU) o nome de quatro gestores autorizados a gerir o banco de dados de crédito. Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL/SPC), Serasa S.A, Boa Vista Serviços S.A e Gestora de Inteligência de Créditos S.A (Quod) passam a receber informações das instituições sobre operações financeiras — de crédito, de arrendamento mercantil e de autofinanciamento. Os gestores têm 60 dias para organizar e disponibilizar o cadastro. A inclusão dos consumidores é automática e, caso alguém não queira fazer parte, precisa solicitar a retirada.

A expectativa da autoridade monetária é de que essas entidades ajudem a aprimorar a avaliação do risco de crédito, contribuindo para a redução do spread bancário (diferença entre o que os bancos pagam para conseguir o crédito e o que cobram para conceder). Para o presidente da Confederação Brasileira das Cooperativas de Crédito (Confebras), Kedson Macedo, o instrumento trará, sim, a redução do spread com um posicionamento mais adequado das instituições. “A simetria de informações aumentará o grau de confiabilidade, dando maior segurança às instituições, algo que já foi demonstrado em outros países e, agora, o Brasil deu o último passo. Com a aplicação há uma tendência natural de queda nas taxas de empréstimo”, avalia.

A diretora de operações de dados da Serasa Experian, Leila Martins, também acredita que a medida facilitará a concessão de crédito, principalmente para a população com menor acesso ao sistema financeiro. “Tínhamos uma expectativa grande de receber o credenciamento do BC para operar nesse novo ambiente. Cerca de 25 milhões de pessoas vão poder ter acesso a crédito no sistema financeiro com a disponibilização dessas informações”, destacou.

Nota de crédito

Segundo o diretor de Organização do Sistema Financeiro e de Resolução do BC, João Manoel Pinho de Mello, a partir dos dados, as instituições terão condições de estabelecer uma nota de crédito (escore) para cada consumidor, definida de acordo com o pagamento de suas contas — operações de crédito (como empréstimos bancários, financiamentos imobiliários e cartão de crédito) e serviços continuados (como luz, água e telefone). “O bom pagador terá um escore mais alto, e essa pontuação poderá ser considerada pelas instituições financeiras em eventuais concessões de crédito. Somente o escore de cada consumidor estará disponível”, disse o BC em nota.

De acordo com uma sondagem da CNDL/SPC Brasil, os principais benefícios esperados com a implementação do cadastro são o alívio da burocracia na avaliação do crédito e maior facilidade na obtenção de empréstimos ou financiamento. Quarenta por cento dos empresários ouvidos sinalizaram que pretendem adotar o novo cadastro em seus processos. Desses, 44% esperam benefícios para os negócios, sobretudo o maior acesso a empréstimos e financiamentos; 43% ainda acreditam ser primordial consultar o histórico de crédito do consumidor, com avaliação dos pagamentos em dia e em atraso.

Fonte: Correio Braziliense

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